21 de setembro de 2011

Oedipus Rex


O espetáculo faz parte da Literatura clássica do Teatro, foi escrito por Sófocles em 427 a.C.. Trata-se de um mito grego, o qual ilustra a impotência humana diante do destino. O herói, e agora rei, governa a cidade de Tebas depois de ter desvendado os enigmas da funesta Esfinge, a “inexorável cantadeira”, e se casa com Jocasta, com quem teve quatro filhos (Polinices, Etéocles, Antígona e Ismene). Algum tempo depois, a cidade se depara com uma terrível peste. Ao mandar seu cunhado Creonte consultar o oráculo de Delfos, descobre que a única maneira de acabar com o mal é descobrindo os assassinos de seu antecessor, o rei Laios.

O crime não é vulgar: O homicida que o investigador procura, matara um rei. E através de uma série de depoimentos, interrogando testemunhas e fazendo uma acareação final, o inquérito mergulhará na extensão e na profundidade do delito: mais que assassinato, foi cometido parricídio, e além de parricídio, incesto. O criminoso matou o próprio pai e casou-se com a própria mãe, sem ter consciência disso. Ao terminar sua convulsiva busca ao facínora, o investigador aprenderá que esteve o tempo todo à procura da própria identidade – é ele “o filho maldito, o marido maldito, o maldito assassino do próprio pai”.

Procurar a si próprio no Outro; frase estímulo Eu vejo o Outro em mim e me cego: “O espelho é, afinal de contas, uma utopia, uma vez que é um lugar algum. No espelho, vejo-me ali onde não estou, num espaço irreal, virtual, que está aberto do lado de lá da superfície; estou além, ali onde não estou, sou uma sombra que me dá visibilidade de mim mesmo, que me permite ver-me ali onde estou ausente. Assim é a utopia dos espelhos. Mas é também uma heterotopia, uma vez que o espelho existe na realidade, e exerce um tipo de contra ação à posição que eu ocupo. Do sitio em que me encontro no espelho apercebo-me da ausência no sitio onde estou, uma vez que eu possa ver-me ali. A partir desse olhar dirigido a mim próprio, da base desse espaço virtual que se encontra do outro lado do espelho, eu volto a mim mesmo: Dirijo o olhar a mim mesmo e começo a reconstruir-me a mim próprio ali onde estou".